Existem dois tipos diferentes de Artrite Reumatóide, você sabe qual é a sua?

A artrite reumatoide (AR) é um problema muito comum entre mulheres de 30 a 40 anos, e conhecido por causar dores, inchaços e rigidez nas articulações das mãos, punhos e cotovelos.

Apesar de sua alta prevalência, nem todo mundo conhece as características da doença ou sabe da existência de dois “tipos” que, de acordo com a ciência, podem influenciar na progressão do quadro e consequente qualidade de vida do paciente.

O QUE É ARTRITE REUMATOIDE?

A artrite é uma doença inflamatória autoimune, ou seja, surge de um distúrbio do sistema imunológico, cujas células passam a atacar os tecidos do próprio organismo. Além de acometer as principais articulações do corpo, ela também atinge as unhas, pele, olhos, coluna, sistema nervoso e outras importantes estruturas. 

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

De acordo com o Colégio Americano de Reumatologia, o diagnóstico se baseia em análises clínicas. Em geral, o médico avalia se o paciente apresenta:

• Rigidez nas articulações durante a manhã (mínimo 1 hora);
• Artrite em pelo menos três articulações;
• Artrite nas mãos e/ou punhos;
• Artrite em ambas as mãos ou ambos os punhos, chamada de simétrica;
• Presença de nódulos reumatoides.

Além disso, alguns exames complementares, como os de sangue, podem apresentar indicadores que medem a atividade inflamatória do corpo e ajudam a diagnosticar uma artrite em estágios iniciais. Os indicadores mais comuns são os chamados autoanticorpos, e eles estão diretamente ligados aos “tipos” que mencionei no início deste artigo.

O QUE SÃO AUTOANTICORPOS?

Como o próprio nome sugere, os autoanticorpos são anticorpos produzidos para combater as células e tecidos do próprio organismo, geralmente em função de uma descompensação no reconhecimento de agentes perigosos por parte do sistema imunológico.

Resumidamente, eles são importantes para auxiliar no diagnóstico de doenças autoimunes, avaliar sua gravidade e rastrear sua progressão, remissão e eficácia do tratamento. No que diz respeito à artrite, os mais relevantes clinicamente são o fator reumatoide (FR) e os anticorpos anti-peptídeo cítrico citrulinado (anti-CCP). 

Recentemente, um estudo europeu publicado na revista PLOS Medicine apresentou dados consistentes sobre a relevância desse tipo de mapeamento para a evolução do quadro de artrite e o tratamento adotado para cada pessoa.

Os pesquisadores avaliaram 1285 pacientes com diagnóstico de artrite registrado e acompanhados entre 1993 e 2016. Deste total, 823 tinham um teste positivo para a presença de autoanticorpos e 462 tinham teste negativo. Isso significa que neste segundo grupo, por exemplo, um médico identificou a doença apenas pelas observações clínicas, tais como as mencionadas no segundo tópico deste artigo. 

Ao analisar os protocolos de tratamento e o resultado para a qualidade de vida dessas pessoas, os autores do estudo notaram que a doença, em geral, havia melhorado para todos os pacientes. Entretanto, a longo prazo, somente os pacientes com teste positivo para autoanticorpos apresentaram uma remissão consistente, ou seja, estiveram mais próximos de suspender permanentemente a medicação e recuperar a capacidade funcional.

O impacto desse resultado a longo prazo fez com que os pesquisadores adotassem fortemente a ideia de que a artrite reumatoide precisa ser compreendida por duas frentes: com e sem a presença de autoanticorpos, uma vez que esse indicador implica em diferentes fatores de desenvolvimento, evolução, riscos e terapias de enfrentamento. 

É importante ressaltar que, independentemente de qual seja esse “tipo”, todos os pacientes devem buscar atendimento médico para diagnosticar a doença em estágio inicial e iniciar o tratamento o quanto antes. Sem os devidos cuidados, a artrite reumatoide pode evoluir gradativamente até atingir articulações maiores.

Caso tenha alguma dúvida e queira se consultar, eu estou à disposição. Você pode acompanhar o meu trabalho e os conteúdos que publico nas redes sociais @drrodrigopaixao ou agendar um horário pelos telefones de contato que estão aqui no topo do meu site. 

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Dr. Rodrigo Paixão – CRM 161746

Cirurgia de Mão e Microcirurgia