Dr., fratura por estresse tem tratamento?
Fraturas por estresse são pequenas fissuras que surgem nos ossos, causadas por sobrecargas repetitivas. Diferente de uma fratura comum, que ocorre por um impacto direto, as fraturas por estresse resultam de forças repetidas que não permitem ao osso tempo suficiente para se reparar.
Essas fraturas foram inicialmente identificadas em soldados, devido ao impacto constante da marcha militar. Hoje, elas são mais comuns em atletas, dançarinos e indivíduos que praticam atividades físicas de alto impacto ou repetitivas, como corrida e ginástica. A tíbia (osso da canela) e os ossos dos pés são os mais frequentemente afetados.
Causas das fraturas por estresse
Existem diversas causas para fraturas por estresse, mas elas se resumem ao acúmulo de estresse repetido no osso sem tempo adequado para recuperação. As causas mais comuns incluem:
- Atividades esportivas: corrida, triathlon, crossfit, esportes de contato como futebol e basquete, e modalidades que envolvem saltos frequentes.
- Fatores biomecânicos: pés chatos, discrepância no comprimento das pernas ou uso de calçados inadequados.
- Fatores nutricionais: deficiência de cálcio e vitamina D pode enfraquecer os ossos, aumentando o risco de fraturas.
- Sobrecarga excessiva: aumento abrupto na intensidade dos treinos sem o devido tempo de adaptação.
Como tratar as fraturas por estresse?
O tratamento vai depender da gravidade da fratura, da localização e do estado geral do paciente. Os métodos incluem:
- Imobilização: muitas vezes, a imobilização ou restrição de carga (como uso de muletas) do osso afetado com gesso ou uma bota ortopédica pode ser suficiente para permitir a cura. Isso reduz a carga sobre o osso, permitindo que ele se recupere.
- Medicações: analgésicos para controle da dor são comumente prescritos. Anti-inflamatórios podem ser usados com cautela, mas alguns estudos sugerem que eles podem interferir na cicatrização óssea.
- Cirurgia: em casos graves quando o osso não cicatriza sozinho ou quando há risco de complicações, ou em atletas profissionais, pode ser necessária a fixação interna como um outro tipo de fratura para estabilizar a fratura.
A importância da fisioterapia
Após o tratamento, a fisioterapia desempenha um papel crucial na recuperação. A reabilitação ajuda a restaurar a força, a mobilidade e a função da área afetada. Exercícios específicos são desenvolvidos para melhorar a musculatura ao redor do osso lesionado, diminuindo o risco de futuras lesões.
A fisioterapia também promove a recuperação gradual do condicionamento físico, permitindo que o paciente retorne de forma segura às atividades diárias e esportivas.
Como vimos, fraturas por estresse podem parecer menores, mas exigem atenção e tratamento adequado. O diagnóstico precoce, repouso e reabilitação correta são fundamentais para a recuperação total e para evitar complicações. Se você sentir dor persistente após atividades físicas repetitivas, não hesite em procurar orientação médica!
Dr. Rodrigo Paixão – CRM 161746 | TEOT 15.322 | RQE 79113
Referência: Revista Brasileira de Ortopedia – Fraturas por estresse: definição, diagnóstico e tratamento. Acesso em 12/09/2024. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbort/a/7V8g8ygyjRWtdd3DkKSrkcb/?lang=pt#
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