Síndrome do Desfiladeiro Torácico: dores nos ombros, pescoço e formigamento nos dedos

O corpo humano funciona como uma grande teia em que os diversos tecidos se mantêm conectados de uma ponta à outra para garantir os nossos movimentos.

Para exemplificar essa realidade, podemos falar brevemente da região do desfiladeiro torácico. Apesar de estar localizada entre a clavícula e o primeiro osso da costela, próxima ao peito, ela serve de passagem para uma série de vasos sanguíneos e nervos que se comunicam até mesmo com a ponta dos nossos dedos. Está tudo interligado!

O QUE É A SÍNDROME DO DESFILADEIRO TORÁCICO?

De forma resumida, a síndrome do desfiladeiro torácico é um conjunto de problemas causados pela compressão dos nervos e/ou vasos sanguíneos, que passam abaixo do pescoço, especialmente na área sobre a qual eu mencionei anteriormente. 

Muitos pacientes apresentam queixas que se assemelham a síndrome do túnel do carpo ou síndrome do túnel cubital e que podem ser causados pela síndrome do desfiladeiro torácico ou mesmo apresentar as duas síndromes ao mesmo tempo! Isto na literatura médica é conhecido como Double crush. 

QUAIS AS CAUSAS?

A síndrome do desfiladeiro torácico pode surgir em função de diversos fatores, tais como os traumas físicos causados por acidentes, lesões repetitivas associadas ao trabalho ou esportes de alto impacto, anormalidades congênitas e a causa mais comum é a má postura no dia a dia.

Em geral, esse quadro é bem mais frequente em mulheres (até três vezes em relação aos homens), podendo inclusive aumentar nos períodos de gravidez. Além disso, apesar do potencial de aparecer em qualquer idade, a síndrome é mais prevalente em adultos de 20 a 50 anos.

Hoje em dia, sabemos que a prevenção passa por conhecer esses fatores de risco e mudar pequenos hábitos na rotina. Vale a pena, por exemplo:

• Reduzir os movimentos repetitivos;
• Controlar o levantamento de objetos pesados;
• Manter um peso corporal adequado;
• Cuidar da postura;
• Adotar de vez a prática diária de exercícios físicos;
• Evitar o uso de bolsas pesadas sobre os ombros;
• Fazer alongamentos durante o dia.

QUAIS OS SINTOMAS?

Os efeitos causados pela síndrome do desfiladeiro torácico podem variar de acordo com o tipo e intensidade da compressão.

O paciente costuma sentir dormência e formigamento (nos braços e dedos), dor (no pescoço, ombros e braços), e perda de força nas mãos. Quando também há um comprometimento importante dos vasos sanguíneos, é possível apresentar inchaços, cansaço anormal nos braços, palidez (dedos e mãos), mãos e braços com a pele fria, fraqueza no pulso do braço.

É importante notar que a intensidade dos sintomas é muito variável, de paciente para paciente e até mesmo no mesmo paciente em diferentes períodos.

A combinação de qualquer um desses sintomas faz com que seja extremamente necessária a procura por um médico ortopedista.

COMO TRATAR?

Ao tomar conhecimento dos sintomas acima, o médico precisará entender um pouco mais sobre a rotina do paciente e te examinará. Pode ser necessário a realização de exames, como radiografia, ultrassom, tomografia ou ressonância magnética para avaliar os tecidos de forma detalhada.

Dessa forma, o especialista vai recomendar o tratamento que melhor se encaixa às necessidades do paciente, considerando ainda a intensidade dos sintomas e a gravidade das compressões.

Via de regra, os casos iniciais são tratados com alongamentos, fisioterapias e medicamentos (analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares e anticoagulantes), sendo os mais importantes o alongamento e o fortalecimento da musculatura que estabiliza a escapulo (um dos ossos do ombro). Por outro lado, em situações específicas e graves e que geralmente não respondem bem à terapia conservadora, o médico pode indicar uma cirurgia de descompressão dos nervos e vasos.

Caso tenha alguma dúvida sobre o assunto, lembre-se que eu estou à disposição. Você pode acompanhar os conteúdos que publico nas redes sociais @drrodrigopaixao ou agendar uma consulta pelos telefones de contato que estão aqui no topo do meu site. 

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Dr. Rodrigo Paixão – CRM 161746

Cirurgia de Mão e Microcirurgia