Tendinite no punho: saiba tudo sobre o tratamento

Você já ouviu uma pessoa conhecida reclamar que está com a tendinite “atacada”? Em geral, esse tipo de queixa genérica acontece quando se sente algum tipo de dor e inchaço nas mãos, dedos, punhos e braços.

Junto com os sintomas, existe uma outra reclamação bem comum: a falta de tratamento. É nesse momento que escutamos frases como “já tentei de tudo”, “comecei a tratar e não adiantou”, “isso aqui é só com cirurgia”, “o médico disse que não tem jeito”, e por aí vai…

Apesar de tão comum no imaginário popular, esse problema ainda carrega muitas dúvidas.  Neste artigo, chegou a hora de entender de vez o que caracteriza uma tendinite, como a gente faz pra diagnosticar e, principalmente, como funcionam os tratamentos – porque SIM, eles existem e são indispensáveis!

O QUE É TENDINITE?

Os tendões são uma espécie de corda fibrosa bem resistente que liga os músculos aos ossos, dando força e sustentação para os movimentos das nossas articulações. As tendinites são, justamente, uma inflamação nesses tendões, podendo surgir em qualquer parte do corpo e por diversos motivos.

QUAIS AS CAUSAS DA TENDINITE?

Uma tendinite pode se desenvolver sem uma causa aparente ou derivada de esforço repetitivo, traumas, infecções, envelhecimento natural do organismo, enfraquecimento muscular, complicações do diabetes, artrite e alterações hormonais. É bom destacar, por exemplo, que esses detalhes hormonais fazem com que mulheres grávidas e com mais de 40 anos sejam as mais afetadas por inflamações nos tendões. 

JÁ OUVI FALAR EM TENOSSINOVITE. QUAL A DIFERENÇA?

Ambas são inflamações, mas a principal diferença é que a tenossinovite atinge a bainha dos tendões, ou seja, o tecido que o recobre.

QUAIS OS SINTOMAS?

As principais queixas de um paciente com tendinite ou tenossinovite são dores, inchaço, fraqueza nos movimentos, rigidez no local e formigamento. É muito importante identificar quais ações no dia a dia fazem esses sintomas aparecerem (atividade braçal, calor, frio, carregar peso, cozinhar, costurar etc.). 

COMO FAÇO PRA DIAGNOSTICAR?

Em geral, o diagnóstico de uma tendinite é feito pelo ortopedista após uma avaliação clínica. O médico precisa entender bem o que você tem sentido, quais os gatilhos para a dor, o que tem feito ela melhorar, de onde ela surgiu e quais são os seus hábitos de vida no cotidiano. Seu trabalho e rotina de lazer, por exemplo, influenciam bastante no desenvolvimento do quadro.

Se julgar necessário, o ortopedista também pode pedir alguns exames complementares de imagem para avaliar a situação, principalmente se você já teve um diagnóstico e precisa acompanhar a evolução da tendinite.

Ao final da avaliação, você entenderá, de fato, qual tipo de tendinite possui e o que ela costuma provocar. As mais comuns são:

• Epicondilite lateral: é quando a inflamação atinge a parte de trás do cotovelo, no tendão que conecta os músculos do antebraço.

• Epicondilite medial: ao contrário da anterior, ela atinge a parte de dentro do cotovelo e do antebraço.

• Tenossinovite de Quervain: é o tipo mais comum e afeta a bainha do tendão do polegar, provocando dor neste dedo e na parte lateral do pulso.

• Dedo em gatilho: tenho um artigo já publicado sobre este problema, vale a pena conferir clicando aqui. Nesses casos, a bainha do tendão da palma da mão inflama e dificulta a extensão ou flexão do dedo, fazendo com que ele trave.

COMO FUNCIONA O TRATAMENTO?

Chegamos agora ao ponto principal deste artigo: a busca por ajuda.

Depois que você conversou abertamente com o médico sobre todos os pontos que eu listei no tópico anterior, já será possível indicar uma intervenção adequada para o seu caso. Digo isso porque o seu dia a dia, a causa do problema e a intensidade dos sintomas vão definir se o tratamento tem potencial pra funcionar ou não.

Quando as dores e os inchaços são leves, passageiros e acontecem depois de uma atividade muito específica, como levantar muito peso ou fazer um movimento repetitivo, recomenda-se um período curto de imobilização, compressas, anti-inflamatórios e analgésicos.

Para os casos em que existe um incômodo mais intenso e duradouro, podemos pensar em alguma injeção, como um corticosteroide ou analgésico, ou então em sessões de fisioterapia. Alguns estudos apontam uma boa eficácia desse tipo de tratamento para pacientes com esse perfil.

Até aqui, eu imagino que tenha ficado mais clara a abordagem para casos mais simples e até intermediários. Antes de entrar nos mais graves, quero destacar um outro ponto importante: evitar as causas! Se você sente uma piora da tendinite depois de costurar, não dá pra tomar remédios e continuar no mesmo ritmo de antes. Se o seu trabalho é braçal, com força e isso te causa incômodos, também é necessário repensar o futuro. Não é fácil, claro, mas o comprometimento é de todos.

QUANDO DEVO OPERAR?

As cirurgias são importantes para o tratamento das tendinites, mas costumam ser indicadas em casos avançados em que há um maior comprometimento às atividades do dia a dia. A técnica adotada pelo médico vai depender bastante da causa e do local afetado, mas pode envolver uma raspagem, reposicionamento ou costura do tendão. No caso do dedo em gatilho, a cirurgia serve para aumentar o espaço da bainha e liberar os movimentos. 

Depois de operar, é preciso tomar alguns medicamentos e manter o membro imobilizado durante um certo período para ajudar na recuperação. Todos os detalhes são passados pelo cirurgião para garantir a sua saúde e segurança.

Caso tenha alguma dúvida e queira se consultar, eu estou à disposição. Você pode acompanhar o meu trabalho e os conteúdos que publico nas redes sociais @drrodrigopaixao ou agendar um horário pelos telefones de contato que estão aqui no topo do meu site. 

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Dr. Rodrigo Paixão – CRM 161746

Cirurgia de Mão e Microcirurgia